A Verdade sobre o "Chip da Beleza": Como acabei mudando a minha percepção sobre esse termo polêmico.
- Dra Maria Clara Oliveira
- 27 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de mai. de 2024

Esse nome ganhou popularidade com a saudosa apresentadora Hebe Camargo, que usava implantes hormonais de gestrinona.
A gestrinona, peça principal dessa escrita, possui características anti-estrogênicas, androgênicas e anabólicas. Com essas características, seu uso terapêutico é voltado para tratar as chamadas doenças estrógeno-dependentes: são as doenças presentes em mulheres com alterações relacionadas ao hormônio estrogênio, como endometriose, miomatose uterina, sangramento uterino anormal e transtorno pré-menstrual. Além disso, trata-se de um hormônio que também pode ser utilizado como método contraceptivo.
O uso do implante hormonal de gestrinona pode gerar como efeito secundário (talvez pudéssemos até dizer “efeito colateral”) o aumento de massa muscular em pessoas que possuem estilo de vida saudável, desde que façam exercício físico regular e alimentação balanceada. É exatamente por causa desse “efeito colateral” que, infelizmente, muitas pessoas buscaram o uso desta molécula para fins estéticos – daí, o apelido de “chip da beleza”.
Esse uso equivocado se afasta muito do propósito real da sua utilização: tratar doenças que geram sofrimento mensal a todas as mulheres que menstruam de forma excessiva ou sentem dores incapacitantes devido a endometriose.
Não poderia ser diferente: o uso equivocado do implante de gestrinona SEM INDICAÇÃO MÉDICA, focado apenas em resultados estéticos, prejudicou sua reputação e, consequentemente, tem afetado a qualidade de vida de milhares de mulheres que precisam do tratamento, mas que são levadas, de forma leviana, a rejeitar essa abordagem e suas alternativas.
Qualidade de vida e equilíbrio hormonal
Como médica, sempre considerei o termo “chip da beleza” inadequado, até que em um curso de atualização recente, um professor apresentou uma nova perspectiva.
Os implantes hormonais, como os de gestrinona, estradiol, testosterona, entre outros, são excelentes vias de tratamento para diversos pacientes, para casos diversos!
Há uma crença de que o “chip” seja algo pronto, fixo. Porém, sua composição é variada: a quantidade de hormônios deve ser ajustada de acordo com as necessidades de cada paciente. Os implantes hormonais possibilitam combinações diversas além da Gestrinona para tratar diferentes queixas e doenças: menopausa, deficiência de testosterona em homens e mulheres, sarcopenia, endometriose, miomatose uterina, quadros de fadiga crônica, contracepção, entre muitas outras.
A reflexão proposta pelo professor sobre o termo, e que trago aqui hoje, é que o "chip da beleza" na verdade é: qualquer implante que restaure a vitalidade e qualidade de vida feminina e masculina, seja repondo hormônios no processo de envelhecimento, seja melhorando a qualidade de vida de mulheres que sofrem com dor crônica e sangramento uterino intenso e anormal.
Portanto, o "novo chip da beleza" representa qualquer implante que consiga devolver o equilíbrio hormonal perfeito, e que restaure as condições orgânicas para normalidade, permitindo que as pessoas enfrentem melhor algumas alterações do organismo e doenças por vezes incapacitantes.
Minha conclusão depois de avaliar tudo isso e levar em conta quantos pacientes, homens e mulheres pude ajudar através dos implantes é que o bonito mesmo é ser saudável!
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